Por muito tempo pensei que a poderosa de uma relação fosse quem era amada. Quem amava era quem sofria, se arrastava, fazia todo o esforço. Quem nunca ouviu ou falou “tadinha, ela gosta tão mais dele do que ele dela! Tenho pena dessa menina, ela é tão apaixonada”. Coitada nada. Há pouco tempo percebi que quem tem o poder é quem ama. Este, sim, é o ser ativo de uma relação. É quem escolher quem quer.
Quem recebe o amor está parada, esperando passivamente. E muitas vezes esperando pra se fuder no futuro quando, quem a amava tanto, decide que não quer mais. No fundo, a “amada” é covarde e temerosa. Não decide nada. Enquanto ela é reticências, quem ama é exclamação.
É verdade que quem vai é quem arrisca cair, tropeçar, bater a cabeça. Mas vai! Sabe o que quer, e sabe o que não quer. Esta sim é a empreendedora, que investe e aplica. E se tem coragem de ir em frente, tem também coragem de ir embora com a cabeça em pé quando vê que a relação não foi. A amada é objeto do amor do outro e, como o próprio nome diz, é apenas um objeto, dependente do que vão fazer com ela. Tanto que é quem cobra. Cobra porque não faz, só espera receber, vulnerável e impotente.
Não quero ser uma princesa no pedestal - uma boneca de porcelana imóvel. Não quero estar no palco, nem assistir de camarote. Eu quero estar na pista com a galera, me divertindo e vendo tudo o que acontece a meu redor. E ir comprar a minha bebida no bar, em vez de ficar esperando o garçom chegar. E você?
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